Quando não entendemos, confiamos

Por Pr. Reginaldo Cresencio®
09/07/2025
Ontem à noite, a morte bateu em nossa porta. E como sempre, ela chegou sem pedir licença. Veio de forma súbita, inesperada, deixando um rastro de silêncio e perguntas no ar. Taisy Soares Barion, a irmã da Quézia, uma querida irmã de nossa igreja, partiu. E todos ficaram com os olhos marejados e o coração apertado, tentando entender o que não se entende.
A verdade, irmãos, é que há momentos em que a vida parece uma estrada que se bifurca de repente. Estamos andando com nossos passos rotineiros e, de súbito, surge o abismo da dor. Nessas horas, somos lembrados de que não controlamos nada. Nem o tempo, nem o fôlego, nem o próximo segundo.
Mas é justamente nesse território estranho, onde a lógica não nos serve e a razão silencia, que a fé floresce. Quando não conseguimos explicar, ainda podemos confiar. E confiar é um verbo de alma. Não se conjuga com os lábios, mas com os joelhos dobrados e os olhos voltados para o alto.
Em meio à perda, cinco certezas me vieram à mente. E quero dividi-las com você, que talvez também esteja tentando entender o que não se explica.
Primeiro, temos certeza de que Deus é bom. Não uma bondade sentimental ou superficial, mas aquela bondade firme, imutável, que continua sendo verdadeira mesmo quando tudo em nós grita o contrário. Deus é bom quando a vida vai bem, mas Ele continua sendo bom quando a vida nos fere.
Segundo, cremos que Deus está no controle. Isso não significa que Ele nos poupará da dor, mas que nenhuma lágrima escapa do seu plano eterno. O Deus que nos criou com amor é o mesmo que conduz todas as coisas para o bem daqueles que O amam — ainda que agora isso nos pareça incompreensível.
Terceiro, lembramos que a morte não é o fim. Para quem está em Cristo, a morte é apenas a travessia. E para quem ainda não está, ela é o último convite à salvação. Em Cristo, temos a esperança de que a morte perdeu seu aguilhão, e que a sepultura será, um dia, vencida por um novo amanhecer.
Quarto, nos apegamos à certeza de que Deus cuida dos que ficam. Ele não nos deixa órfãos na dor. O mesmo Deus que permitiu a partida é o Deus que segura firme a mão dos que permanecem. Ele caminha conosco no vale escuro, mesmo quando não O vemos.
E quinto, sabemos que nada pode nos separar do amor de Deus. Nem a morte. Nem a saudade. Nem o silêncio do luto. Nada. Porque o amor de Deus é eterno, e está presente em cada abraço que damos, em cada oração que fazemos, e até mesmo no nosso choro mais íntimo.
A partida de Taisy nos empurrou para a reflexão: o tempo é breve, e a eternidade é real. Não sabemos o dia nem a hora, mas sabemos quem está nos esperando do outro lado da eternidade. E isso muda tudo.
Por isso, querido leitor, se hoje a morte tocou em sua casa, não tente entender tudo. Tente confiar. E se você ainda não entregou sua vida a Cristo, faça isso agora. Não porque a morte assusta, mas porque a vida em Cristo é infinitamente melhor — aqui e na eternidade.
A irmã Taisy partiu. Nós ficamos. E enquanto esperamos o Dia em que Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima, seguimos confiando. Porque quando não entendemos, confiamos. E isso basta.